segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vencedores do “Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor” elogiam “Chuva de Bala”

Os prefeitos vencedores do Prêmio Sebrae “Prefeitos Empreendedores”, a convite da prefeita Fafá Rosado, assistiram ao espetáculo Chuva de Bala, na noite deste sábado (18). A governadora Rosalba Ciarlini, o senador José Agripino e o deputado federal Felipe Maia também prestigiaram a peça, encenada ao ar livre no adro da capela de São Vicente.


Ao final da encenação, os prefeitos e representantes do Sebrae, integrantes da comitiva, avaliaram o espetáculo. E derreteram-se de elogios ao trabalho cultural, dirigido pelo teatrólogo João Marcelino. A coordenadora nacional do Prêmio Sebrae “Prefeito Empreendedores”, Denise Donati, classificou o Chuva de Bala de “um espetáculo belíssimo”.
“Não tenho palavras para definir esse espetáculo, realmente é muito belo”, reiterou Denise Donati, considerando o Chuva de Bala “mais rico” do que produções vistas pelos prefeitos vencedores do Prêmio Sebrae, durante viagens à Itália e à Espanha. Ela também elogiou o fato peça ser encenada por atores da terra, valorizando o artista e a cultura locais.



“Por isso, é que a Fafá Rosado é Prefeita Empreendedora com o Corredor Cultural”, ressaltou Denise Donati, reiterando que a “a prefeita e a Cidade estão de parabéns”. O prefeito do Município fluminense de Tanguá, região metropolitana do Rio de Janeiro, Carlos Pereira, disse que o Chuva de Bala “é um espetáculo excelente e de altíssimo nível”.



Na avaliação de Carlos Pereira, o Chuva de Bala é uma produção digna de cinema. “É uma produção com qualidade para ganhar festival de cinema”, avaliou Carlos Pereira. O prefeito de Paulista, Município de Pernambuco, Ivis Ribeiro, foi mais além! Ele considerou o Chuva de Bala um espetáculo comparável á encenação da Paixão de Cristo, de Nova Jerusalém. “É impressionante, sensacional”, finalizou.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

‘Chuva de Bala’ chega aos 10 anos com nova roupagem

O espetáculo teatral “Chuva de Bala no País de Mossoró” chega aos 10 anos e será encenado com nova roupagem este ano. O ator e diretor João Marcelino informou que o texto, escrito pelo poeta e dramaturgo mossoroense Tarcísio Gurgel, receberá trechos do original que não haviam sido utilizados anteriormente.

As novidades não param por aí. A música continua sendo obra de Danilo Guanais, mas em vez do estilo Pop que marcava o ritmo do espetáculo, surge algo mais nordestino: forró, baião e xaxado. Uma parceria que envolve o engenheiro de som Eduardo Pinheiro.

A coreografia e o figurino também serão modificados. O bailarino e coreógrafo Hikaroo Mendonça assinará as mudanças vislumbradas por João Marcelino, que aposta em novos desenhos coreógrafos para incrementar cenas com um padrão de beleza diferente das edições anteriores. O artista Marcos Leonardo assumiu a idealização e criação dos figurinos. Leonardo fez uma pesquisa no vestuário da década de 1920 para incrementar a roupa de todas as personagens, o que resultará em uma apresentação voltada mais para o Nordeste brasileiro.

O elenco do “Chuva de Bala” é formado por 60 atores, atrizes, bailarinos e bailarinas, dos quais a maioria é novo participante. O espetáculo conta ainda com a participação de 20 crianças do projeto PETI como “Os meninos do Algodão Doce”. E mais ainda atores, atrizes, bailarinos, bailarinas e capoeiristas que interpretarão o Bando de Lampião, os Heróis da Resistência, as Heróicas Mulheres mossoroenses e as Penitentes da procissão das Viúvas.

Nos dois últimos anos o espetáculo contou com a narração das personagens “Tonha”, Totonha” e Toinha”, que saem de cena para dar vez a “Tonho”, Tontonho” e Toinho”, que contam e cantam em ritmo de forró, xote e baião a história da cidade, como três artistas populares, fazendo mágicas, presepadas e poesia.

O Diário do Coronel Antonio Gurgel serve de inspiração para a refilmagem da nova versão do filme “Memória de Gatinho”, que será rodada numa locação nos arredores de Mossoró e que será uma das maiores atrações dessa edição do, retratando a prisão do Coronel pelo Bando de Lampião, que estava a caminho de sua propriedade Brejo em busca de sua esposa.

O diretor João Marcelino também fez alterações nos atores que interpretariam os principais personagens do espetáculo. Uma das novidades é a presença do vice-reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), professor doutor Aécio Cândido de Sousa, que interpretará o prefeito Rodolfo Fernandes. Veja abaixo como ficou a definição relacionada às personagens:

Quem interpreta

PREFEITO RODOLFO FERNANDES – Aécio Cândido   
VIRGULINO FERREIRA LAMPIÃO – Jeyzon Leonardo   
TONHO – Leonardo Wagner   
TOTONHO – Erismar Cunha  
TOINHO – Romero Oliveira  
ANTONIO GURGEL – Cícero Lima
TENENTE LAURENTINO – Fábio Torres 
PADRE MOTTA – Renilson Fonseca
JARARACA – Danilo de Souza
MASSILON – Damásio Costa  
COLCHETE – Lígia Kiss  
SABINO – Higor Fortunato  
VIÚVA 1 – Tony Silva  
VIÚVA 2 – Luciana Duarte        
VIÚVA 3 – Jakelina Martinelli 
GATINHO – Madson Ney

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A QUARTA PAREDE (Paulo Franco)


No fundo do eu,
espectador do imaginário
e das contradições,
assisto o meu elenco
na passividade de plateia 
que sou.



Figurante do que sinto
enceno os dias
na arena de coadjuvantes
que protagonizam
o sonho improvisado desta ficção.



Cômica caixa cênica
em suspensão de descrença
que o auditório não vê,
embora pense que creia.

Parede imaginária
no invisível
deste pedaço de vida
a confundir o elenco.




Palco de invasores sentimentos,
nas coxias intransitáveis da alma,
que não vêm à cena.

Mundo lúdico enredado
na rotunda da emoção.
Quarta parede a impedir o sim
quando a plateia
só enxerga o não.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Dia 03/05/2011 - A arte do Ator


Arte não pode ser ensinada. Possuir uma arte significa possuir talentos. Isso é algo que se tem ou não se tem. Você pode desenvolvê-lo com muito esforço, mas criar talento é impossível.


 Lembre-se dessa palavra: Concentração. É da maior importância em qualquer arte e particularmente na arte do teatro. A concentração é a qualidade que nos permite dirigir todas as nossas forças intelectuais e espirituais para um objeto definido e continuar a fazê-lo enquanto nos agrade – por vezes, por um espaço de tempo bem maior do que nossa energia física é capaz de suportar.





A certeza de domínio sobre si mesmo, é a qualidade fundamental de todo artista criativo. Você tem que achá-la dentro de si própria e desenvolvê-la ao grau máximo.


 Não tenha pressa. O mais importante é que na arte do teatro faz-se necessário um tipo especial de concentração. 



O piloto tem o sextante, o cientista seu microscópio, o arquiteto seus desenhos – todos eles objetos de concentração e criação visíveis, externos. Eles têm, por assim dizer, um alvo material em cuja direção todas as suas forças são dirigidas. O mesmo acontece com o escultor, o pintor, o músico, o escritor. Mas o caso do ator é muito diferente.


Representar é a vida da alma humana recebendo seu nascimento através da arte. Num teatro criativo o objeto de concentração de um ator é a alma humana.
 Para representar, você precisa saber como concentrar-se em algo materialmente imperceptível – em algo que você só pode perceber penetrando profundamente em seu próprio ser, reconhecendo aquilo que ficaria evidenciado na vida unicamente num momento da maior emoção e do mais violento embate.



Em outras palavras, você necessita de uma concentração espiritual em emoções que não existem, mas são inventadas ou imaginadas.
Não pode existir ator sem alma suficientemente desenvolvida para estar apta a realizar, à primeira ordem da vontade, toda e qualquer ação e mudança estipuladas. 


 Em outros termos, o ator deve dispor de sua alma capaz de viver, de ponta a ponta, qualquer situação exigida pelo autor. Não há grande intérprete sem uma alma assim. Infelizmente ela só é adquirida por meio de longo e duro labor, à custa de muito tempo de experiência, através de séries contínuas de papéis experimentais.

  O trabalho, por tanto, consiste no desenvolvimento das seguintes faculdades: completo domínio de todos os cinco sentidos em várias situações imaginárias, desenvolvimento da memória do sentimento, memória da inspiração ou penetração, memória da imaginação e, por último, memória visual.


O desenvolvimento da fé na imaginação; o desenvolvimento da própria imaginação; o desenvolvimento da ingenuidade; o desenvolvimento da observação; o desenvolvimento da força de vontade; o desenvolvimento da capacidade de infundir variedade à expressão emotiva; o desenvolvimento do senso de humor e do senso trágico. 


Só resta uma coisa que não pode ser desenvolvida, mas que deve estar presente. É talento.


  O teatro é um grande mistério, um mistério no qual se acham maravilhosamente unidos os dois fenômenos eternos, o sonho da perfeição e o sonho eterno. Somente a um teatro assim vale a pena a gente dar a vida.